O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou, nesta sexta-feira (20), que o sistema de saúde irá entrar em colapso no final de abril e que a situação crítica vai até agosto, devido à pandemia do novo coronavírus.
"Nós temos um tempo para ganhar, mas, claramente, em final de abril o nosso sistema de saúde entra em colapso. O que é o colapso? É quando você pode ter o dinheiro, o plano de saúde, a ordem judicial, mas simplesmente não há o sistema para você entrar. É o que a Itália está vivenciando atualmente. Não tem onde entrar", alertou.
"[Para] evitar esse colapso, eventualmente, pode ser necessário segurar a movimentação para ver se consegue diminuir a transmissão. Quando a gente toma uma medida de segurar 14 dias, por exemplo, o impacto só é sentido 28 dias depois, porque a cadeia de transmissão é sustentada e ela quebra", disse o ministro.
Mandetta explicou que o isolamento de 14 dias é essencial para evitar que isso ocorra e deve ser feito, principalmente, por idosos. "A gente está modelando pra ver se trabalhamos com algumas interrupções e segurando, ao máximo, dos idosos, porque são eles que levam ao colapso do sistema. Protegendo ao máximo, isolando", declarou.
"O cenário que o mundo ocidental está trabalhando" incluiu uma curva com explosão de casos nos próximos três meses. "A gente deve entrar em abril e iniciar a subida rápida, que vai durar nos meses de abril, maio e junho, quando vai começar a ter uma tendência de desaceleração de subida. No mês de julho, deve começar o plateau e começar a mostrar a tendência de queda. Em setembro, uma queda profunda, como foi a queda de março na China".
"Ainda há tempo"
Durante uma nova entrevista ao lado do presidente Jair Bolsonaro, mais tarde na sexta-feira (20), o ministro Luiz Henrique Mandetta afirmou que "ainda há tempo" de evitar a crise mais severa no sistema público de saúde.
"As cidades estão dizendo que estão ampliando leitos, ampliando CTIs, ativando hospitais. Estamos tendo tempo de fazer o que a Itália não fez", afirmou o ministro. Nesta semana, o país europeu se tornou aquele onde foi registrado o maior número de mortes relacionadas ao COVID-19.
"A Itália, que tem um sistema de primeiro mundo, muito bom, por ter uma população extremamente idosa, o tempo que ela suportou foi muito baixo", disse Mandetta. Ele afirmou ter uma preocupação específica com o estado do Rio Grande do Sul, em virtude da faixa de idade mais elevada da população.
FONTE: CNN