Em pronunciamento nesta segunda-feira (16) o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou medidas agressivas contra o surto de coronavírus no país. Ele afirmou que o país vive uma "guerra sanitária" contra a epidemia e suspendeu a cobrança de luz, gás e aluguel para tentar frear a falência de empresas em meio ao caos econômico causado pela pandemia.
Já são mais de 5.000 casos confirmados de COVID-19 na França. A quantidade de pacientes dobrou em apenas 72 horas. O país acompanha a tendência de Itália e Espanha, que também observaram um aumento exponencial do número de casos em pouco tempo.
A partir de hoje, além de escolas e faculdades, bares e restaurantes considerados "não essenciais" também devem ser fechados por 15 dias. O governo francês ainda proibiu aglomerações de mais de 100 pessoas, colocando os cidadãos franceses em quarentena obrigatória
Ele afirmou que as medidas seguem recomendações médicas e "não visam nada além de nos proteger diante da propagação do vírus". Macron também comentou a realização das eleições municipais na França no último domingo (16), que transcorreram com abstenção recorde de 56%.
"Na quinta-feira (12), um consenso científico e político foi alcançado para manter o primeiro turno. E eu, junto ao primeiro-ministro, tomei a decisão de continuar a votação", justificou o político francês, garantindo a manutenção do resultado do final de semana e parabenizando os vencedores.
Macron agradeceu o serviço dos agentes do Estado e prefeituras que permitiram a realização do pleito e os franceses que participaram da votação, mas enviou um recado para aqueles que continuam frequentando lugares públicos apesar do surto.
"Vocês não apenas não se protegem e a evolução recente da doença mostrou que ninguém está a salvo da doença, inclusive os mais jovens, mas também desprotegem aos outros. Mesmo que você não apresente sintomas, você pode transmitir o vírus para os seus amigos, seus pais, seus avós. Você coloca em risco aqueles que ama."
Ele pediu para que todos os franceses "lutem" para diminuir a pressão no sistema de saúde francês e "concentrem suas forças em um único objetivo": parar o avanço do vírus. Antecipando que toda sua agenda pública se voltará para o controle da crise e que o segundo turno das eleições municipais, previsto para o próximo dia 22, sofrerá adiamento.