Mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), os Estados Unidos informaram nesta semana que não aliviarão as sanções econômicas que vêm impondo ao Irã desde 2018. Ao contrário, o governo americano estendeu as sanções contra o setor petrolífero da República Islâmica. “Nossa política de pressão máxima contra o regime continua”, disse Brian Hook, representante especial do governo americano para assuntos iranianos, na quinta-feira 19.
Há dois anos em recessão e sob uma inflação de cerca de 35%, o Irã é um dos países onde a pandemia atingiu com força — mais de 19.000 iranianos adoeceram e 1.430 estão mortos em decorrência da Covid-19, doença provocada pelo coronavírus.
Como divulgado no site do Departamento do Tesouro americano também na quinta-feira, cinco empresas foram adicionadas à lista de entidades sancionadas pelos Estados Unidos — cinco delas estão sediadas nos Emirados Árabes Unidos.
Elas são acusadas de comprar petróleo iraniano. Dentre elas, segundo o governo americano, três teriam falsificado documentos para omitir a relação comercial com a indústria petrolífera iraniana.
As sanções americanas “não estão impedindo a entrada de ajuda no Irã” para conter a epidemia do novo coronavírus no país, defendeu Hook. Ele ainda disse que Washington enviou uma nota diplomática a Teerã oferecendo ajuda, mas “logo foi rejeitada”. Na segunda-feira 16, a China pediu aos americanos que aliviassem as sanções sobre o Irã por motivos humanitários, mas não obteve resposta.
Segundo o Ministério da Saúde iraniano, uma pessoa morre a cada 10 minutos e 50 se infectam a cada hora no país. O Irã é o quarto país mais atingido pela pandemia em número de casos. Com cerca de 19.644 enfermos, de acordo com estimativa do jornal The New York Times, o país responde por mais de 7% dos casos em todo o mundo.
FONTE: VEJA