"Esse aumento tem muito a ver com os efeitos da peste suína, que foi devastadora. Uma parcela grande do plantel suíno da China precisou ser sacrificada. Não somente porcos jovens, mas matrizes também. Então a expectativa é de que a China terá um déficit na sua oferta de carne suína por um período de tempo, que pode durar de dois a quatro anos", disse o secretário-executivo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) ao site Sputnik Brasil.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), as exportações totais de carne do Brasil somaram 135 mil toneladas no primeiro mês de 2020, o que significa um crescimento de 9,84% ante o mês anterior. Apenas para a China, foram vendidas 53 mil toneladas, um aumento de 126% comparado com janeiro de 2019.
A peste suína africana (PSA), que não contamina o ser humano, chegou à China em agosto de 2018 e se espalhou pelo país, afetando consideravelmente o rebanho suíno do maior produtor de carne de porco do mundo.
Os efeitos dessa procura foi sentido no final do ano passado no bolso do brasileiro. As vendas de carne bovina do Brasil para a China aumentaram tanto que o preço do produto disparou no mercado interno.
Mas outros fatores também podem ter contribuído, em menor medida, para o aumento das exportações de carne. Na semana passada, a China reportou um surto de gripe aviária H5N1 em uma cidade da província de Hunan.
Segundo o governo, 4.500 galinhas morreram e 17.828 foram recolhidas. Com a carência de carne de porco, as aves também são procuradas como fonte de proteína.