O operador financeiro Adir Assad, que está preso e é delator da Lava Jato, revelou que lavou milhões de reais para o Grupo Silvio Santos por meio de contratos fraudados de patrocínio esportivo. A informação é do jornal Folha de São Paulo
De acordo com a publicação, as afirmações estão em anexos de seu acordo de colaboração premiada firmado com integrantes da Operação Lava Jato. A apuração do caso está sob sigilo.
Nos relatos compartilhados entre procuradores do Ministério Público Federal no aplicativo Telegram – o conteúdo dessas conversas foi obtido pelo The Intercept Brasil -, Assad não menciona especificamente Silvio Santos. No entanto, ele cita como um dos contatos no grupo o sobrinho dele Daniel Abravanel e o uso da empresa que comercializa a Tele Sena.
Os valores envolvidos tinham relação com a Fórmula Indy, competição automobilística. Na época, final da década de 1990, o SBT “tinha necessidade à época de fazer um caixa paralelo, mas não sabe dizer com qual finalidade”, relatou a Folha.
O esquema teria movimentado R$ 10 milhões. Assad afirmou ter firmado contratos superfaturados de patrocínio entre suas empresas e pilotos da Fórmula Indy e da categoria Indy Lights.
Já na década de 2000, o esquema envolveria a Fórmula Truck, com contratos de imagem e patrocínio. Segundo Assad, uma pequena parte dos valores contratados era transferida para os pilotos. O restante do dinheiro era devolvido ao SBT. Uma parte era entregue em espécie a um diretor financeiro do Grupo Silvio Santos.
Procurados pelo jornal, o SBT e o Grupo Silvio Santos afirmaram, em uma nota, que não poderiam se manifestar sobre o tema porque “desconhecerem o teor da delação” de Assad.
As empresas também ressaltam que “sempre pautaram suas condutas pelas melhores práticas de governança e dentro dos estritos princípios legais”.